Como buscar o equilíbrio emocional morando fora do Brasil?
Reféns Emocionais
Existem diversas formas de nos tornarmos reféns emocionais e precisamos ficar atentos a isso. A boa notícia é que também existem caminhos para o equilíbrio de nossa vida emocional.
São numerosos os casos de pessoas que por trás de um aparente sucesso familiar ou profissional, vivem uma vida interna tumultuada e conflituosa em função das dificuldades em lidar com suas emoções. Muitas vezes, ao primeiro sinal de uma forte reação emocional, ficam sem saber como reagir: fogem, evitam ou reprimem suas emoções. Na maioria das vezes, ficam reféns de suas próprias emoções, presos a elas sem saber como escolher, modificar e aproveitar o que estão vivendo no momento presente.
Alguns são reféns de uma busca excessiva pela felicidade ideal e, por ser uma conquista inatingível, acarreta uma insatisfação pessoal, dificultando sua interação consigo e com os outros. Este desejo da felicidade perfeita advém de uma pressão social camuflada de que não se pode sentir emoções “negativas”, como por exemplo: frustação, decepção, tristeza, insegurança ou inveja. É necessário, portanto, ser, estar e sentir sempre bem. Além desta imposição externa (desta pressão camuflada), internalizada, querem também sentir o tempo todo felizes, tranquilos, motivados, centrados, estimulados. Acontece, todavia, que além das sensações agradáveis, há sensações desagradáveis e até infelizes. E quando sentem algumas dessas emoções negativas, ficam se recriminando por desviar do anseio de plenitude.
Há os que se sentem presos, reprimidos com a intensidade da mágoa, da rejeição e ficam insatisfeitos, como se estivessem em um terreno minado, tomam cuidados em excesso, evitando agir diante da vida. Evitam dizer um não para um filho, discutir com o marido, conversar com uma amiga que está triste, visitar alguém doente e não mantém contato próximo com as pessoas. Também evitam situações profissionais por não saberem o que pode acontecer, como se assim garantissem não sentir emoções desagradáveis. Com isso, porém, deixam de experimentar/vivenciar situações muito boas e até aprenderem com essas emoções ditas ruins, ampliando as habilidades de lidar com problemas.
Existem também pessoas vítimas de sequestros relâmpagos de suas emoções. Essas pessoas vivem seu dia a dia tranquilamente até acontecer um fato que lhes deixam com sentimento de incapacidade. A partir desse momento, param tudo o que estão fazendo e ficam com foco total nessa emoção, sem conseguir agir, paralisados por não saberem o que fazer com o que estão sentindo. Muitas vezes desistem de atingir seus objetivos.
Também há quem experimente restrições emocionais, como se viver poucas emoções contribuísse para maior controle sobre si. Com isso, tem uma vida sem graça. Outros são dependentes da emoção de outras pessoas, vivem a vida do outro. Exemplo quem “vive a vida do filho”: se ele está bem, fica feliz, se não, se entristece. Nesses casos, o equilíbrio emocional depende do outro.
Existem muitas maneiras de se tornar um refém, ficando preso e prejudicado pelas próprias emoções. Às vezes, passam uma vida inteira em função de algumas emoções, sacrificando a própria história em vez de colocá-las a serviço. Tentando evitar a dor de emoções desagradáveis, tornam-se escravos do alívio imediato, usando calmantes, nicotina, álcool, cocaína, coisas que alteram o humor, perdendo a escolha e o controle da situação. Recorrer a essas soluções não resolve e dá uma falsa resposta ao problema interno.
Lidar com esses conflitos, exige questionamentos: Quais são nossas emoções? Aprendemos com elas? Até que ponto nos conhecemos? Sabemos sobre o bem ou o mal ? Temos a percepção de nuances entre tristeza e felicidade? Temos consciência que agora estamos desanimados ou animados? Satisfeitos ou insatisfeitos?
“Conheça-te a ti mesmo” interpelava a todos que visitassem o templo de Apolo. Que tal conhecermos mais sobre nós mesmos, sobre nossas emoções?
Acessar a consciência das emoções possibilita saber o que se faz, o que sente e assim selecionar as emoções mais funcionais, alcançando um equilíbrio emocional. O objetivo é que possa resgatar a vida emocional, percebendo o valor e o prazer das emoções, aprendendo a quebrar cadeias emocionais que aprisionam e percebendo a liberdade de cada uma delas.
Aprender a colocar as emoções a favor de seus objetivos pessoais e profissionais, possibilitará uma vida melhor consigo e com os outros.
Como seria deixar o medo de lado e encarar o perigo da frustação, do desapontamento, da preocupação? Que tal aprender que as emoções trazem informações fundamentais? As emoções mostram como reagir às necessidades.
As emoções são sinais de nós mesmos, de como somos, de nossa singularidade no universo humano.
Desta forma, aceitar e prestar atenção aos pensamentos, aos medos, às sensações, significa se conhecer e assim fazer escolhas emocionais saudáveis.