Essa é uma queixa que acomete muitas pessoas que vivem fora do Brasil. Às vezes, é cansativa a comunicação em outra língua e mesmo que a convivência com outros brasileiros aconteça, nem sempre são pessoas identificadas como amigos, apenas são do mesmo país de origem.

A solidão está ali presente- um silêncio que não se preenche nas caminhadas, visitas a lugares lindos, longas e intensas observações das vidas “felizes” que circulam ao redor. Os pensamentos em um turbilhão de dúvidas e incertezas. Parece que tem um buraco no meio do peito e que as horas que duram eternidades.

A vantagem da tecnologia, conversar com a família através de câmeras, em tempo real e quando puder, alivia um pouco esse desconforto. E aí que vem a culpa: “se está tudo indo bem, por que esse sentimento não passa?”

As mudanças geram necessidade de adaptação e cada um tem o seu tempo para isso. Existe um estranhamento que precisa de acomodação. Enquanto isso, o corpo (e mente) percebe o ambiente como se tivesse alguma coisa errada e precisasse ajustar.

Às vezes, o sofrimento fica maior do que parece poder carregar e quando isso dura muito tempo, a tendência é o isolamento, baixa de energia, tristeza e pensamentos negativos. Esses comportamentos dificultam movimentos e o risco de deprimir fica alto.

Diversificar atividades que façam sentido para você e reservar um tempo para “aquietar os pensamentos” pode ser bem proveitoso. Você pode, mas não precisa fazer turismo o tempo todo, como se fosse um desperdício do tempo não o aproveitar dessa forma. Só que isso não é uma verdade absoluta. Você pode reorganizar sua rotina para se sentir mais pertencente e acalmar a angústia.

Fazer psicoterapia ajudará você no manejo dos sentimentos difíceis e na reorganização de sua trajetória para que se sinta mais feliz e suas escolhas sejam mais possíveis e conscientes.

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