Fui morar no exterior, como não esfriar a relação de casal?
É natural que uma rotina seja estabelecida após algum tempo. Isso acontece em diversas situações da vida, inclusive no relacionamento a dois e exige tolerância e habilidade para se conquistar harmonia e fortalecimento que possibilitem a superação de crises.
Os casais precisam atentar para não transformar a rotina em acomodação, ou seja, “do portão para dentro não preciso tomar cuidados com o outro, nem com o que vou dizer ou fazer”. Nestes casos, aumenta a exigência de que o outro tem o dever de cuidar, gerando expectativas que serão frustrantes para ambos.
Quando o casal sente-se desmotivado a fazer programa a dois, é importante fazer um balanço da situação com objetivo de investigar a causa. Por exemplo, se os assuntos são muito estressantes quando estão a sós; se estão juntos pensando em estar em outro contexto, gerando impaciência; se o ambiente sempre agrada só a um dos parceiros. Existe uma infinidade de razões e elas precisam de compreensão para se virar o jogo.
Vamos comparar a situação com a realização de atividade física. Ou seja, se não gosta de um determinado tipo de atividade, existem inúmeras outras possibilidades, mas é importante colocar o corpo em movimento. E no casamento, se por um caminho está difícil e desagradável, pode-se mudar o percurso, mas não deixar de considerar o outro e a relação.
Com o passar dos anos, a chama do amor muda de configuração, passa a aquecer mais em uns aspectos, deixa esfriar em outros e volta a aquecer, e enfim, como é chama, tem movimento!
E se o casal percebe que a chama está se apagando, precisa de energia, que pode variar de pessoa para pessoa, mas algumas coisas são comuns.
Refletir sobre a utilização do tempo em que estão juntos e optar por conviver em harmonia, com alegria, amor altruísta, afeto e intenção de beneficiar um ao outro, são bons combustíveis para um casal.
O diálogo é importante em qualquer relação e não pode ser confundido com longas pautas para falar de problemas e cobranças. Ele deve ser otimizado e ter pitadas de humor. Isso deixa a relação mais leve e gostosa.
A falta de entusiasmo não significa que há uma terceira pessoa envolvida, significa que precisa de atenção e mudança, que nem sempre são simples. Por isso, existem recursos que podem ajudar o casal, como desenvolver alguma atividade juntos, amigos, mudança de rotina e autoconhecimento.
Os filhos só interferem de forma negativa na intimidade do casal quando este permite. Os filhos, em qualquer idade, compreendem que os pais têm necessidade de estarem a sós, basta disponibilidade dos pais. E é importante que os pais percebam isso.
O relacionamento sexual é freqüentemente afetado pelo desgaste entre o casal, quando não é o principal responsável. E também é um problema multifacetário e precisa de diagnóstico e não de encontrar culpados ou de fingir que não está acontecendo.
Existe um provérbio que diz “a felicidade está onde a pomos, e nunca a pomos onde estamos”. Isso faz refletir que muitas vezes acreditamos que “se o outro melhorar, conseguiremos ser felizes ou se o casamento estiver em “x” condição, consigo ficar bem”. Esquecemos que a vida é processo, construção e quando envolve valores nobres, sabedoria e aprendizado, percebemos que é possível colocar a felicidade aqui onde estamos!