Deixar de atender a um desejo dos pais, mesmo que o pedido fique nas entrelinhas, nem sempre é fácil. Sentimento de culpa pode chegar e até uma insegurança com tomadas de decisão.

Isso lembra um poema da Cecília Meireles que chama “ou isto ou aquilo”. Nesse poema ela traz à tona a ansiedade que as escolhas podem causar. Sempre que fazemos uma escolha, uma outra deixa de ser atendida.

Por isso, é melhor quando temos clareza das nossas possibilidades externas (como finanças, visto, facilidades e dificuldades) e internas (como lidamos com nossas dores emocionais). Mas o próximo passo está na habilidade de comunicação, ou seja, em como fazer as conversas serem construtivas (ao invés de punitivas), acontecerem com escuta ativa, pontuações, pontos de vista. Assim, as escolhas ficam conscientes e apaziguadas, mesmo diante de discordâncias.

Quando sentimentos fortes surgem (como raiva, angústia ou frustração), a tendência é que a pessoa se cale e evite o confronto ou utilize de agressões (ataques) que acabam machucando os outros. Nas duas formas, agressiva ou não assertiva, alguém se machuca e as chances de a conversa progredir são bem baixas.

Organizar as emoções e os pensamentos, entender que a comunicação não precisa ser um campo de batalha, seguir com os objetivos do diálogo, considerar as perspectivas do outro e ampliar o repertório verbal…. Na teoria parece fácil, mas na prática…

Aprender a comunicar de forma assertiva é um importante recurso nas comunicações difíceis- inclusive naquelas que temos com nós mesmos. E você não vai acreditar, mas essa pode ser uma das funções da terapia!
Cuide-se bem, permitindo ampliar seu desenvolvimento para resolver questões dolorosas.

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