A Timidez me atrapalha por aqui!

A Timidez me Atrapalha por Aqui - Terapia - Longe de Casa

O QUE FAÇO?

A timidez pode ser caracterizada por inibição excessiva em situações de interação social e interfere nas realizações pessoais e profissionais da pessoa, que tem intensa preocupação com “o que os outros vão pensar”. 

A pessoa tímida apresenta repertório comportamental empobrecido, pois deixa de manifestar pensamentos e sentimentos, não interagindo ativamente, trazendo prejuízos à qualidade de vida. 

Não pode ser caracterizada como um transtorno mental, porém é geradora de ansiedade, medo e baixa estima.

A timidez (quando pouco significativa) pode ser um adaptador social, pois permite à pessoa avaliar situações novas através de uma atitude de cautela e buscar a resposta mais adequada.

Quem são os maiores afetados por ela?

Todos nós, em maior ou menor grau e em algum momento da vida, podemos ser afetados pela timidez. Isso acontece principalmente em situações sociais novas ou de grande exposição, como por exemplo, se expor à novas pessoas, falar em público ou em situações envolvendo autoridades.

Costumamos considerar tímidos os que manifestam esses comportamentos em um maior número de situações. 

Quais características classificam um tímido? 

De um modo geral, os comportamentos manifestos são:

– dificuldade para conversar

– enrubescimento da face

– olhos fitam para baixo

– voz baixa e vacilante

– gestos desvalidos

– postura abatida

– submissão

Os efeitos da timidez são:

– conflitos interpessoais

– depressão

– imagem pobre de si mesmo

– maltrata-se

– perde oportunidades

– tensão

– solidão

– ansiedade social

– insegurança

– carência

Os principais determinantes da timidez estão relacionados à história de vida e a forma como a pessoa compreende suas experiências. Por exemplo, uma mesma situação pode ser percebida como oportunidade por uns e como ameaça para outros.

As vezes a retração pode surgir de um trauma?

Pode sim. E traumas causam danos na estrutura mental, precisando de cuidados para uma vida saudável.

Hoje a internet parece promover o milagre da desinibição virtual. É uma forma do tímido se expressar sem o medo de passar vergonha em público, de falar errado ou de virar chacota?

Essa é uma condição de “duas faces” porque pode contribuir para que a pessoa não se sinta rejeitada, nem rechaçada por sua timidez e se sinta acolhida neste ambiente. Mas também pode atrapalhar na construção da autoimagem, porque nas redes sociais, estar feliz é o padrão que prevalece e muitas vezes, o tímido se percebe como “apenas eu não me sinto feliz assim”.

Também é uma ilusão pensar que a internet traz conforto real aos tímidos. Ao se esconder atrás do mundo virtual, deixam de enfrentar o contato pessoal e não desenvolvem habilidades sociais.

O tímido é tão engraçado, simpático e sociável como qualquer pessoa, só precisa de um empurrão?

O tímido também tem seus encantos, que podem estar associados à diversas qualidades, como simpatia, inteligência, graça, mistério. O que acontece é que muitas vezes deixa de demonstrar suas habilidades por achar que não é o momento adequado, por não querer se expor e outras questões que envolvam segurança e autoestima. 

Medicamentos não agem no comportamento do tímido, mas sim nos sintomas?

A timidez não é caracterizada como doença e por isso não pode ser tratada com medicamentos. 

Quando a timidez é muito intensa, pode desencadear ansiedade patológica, como fobia social ou transtorno de pânico. Essas situações sim podem (e muitas vezes, devem) ser tratadas com medicamentos que auxiliam na redução da ansiedade e melhoria da qualidade de vida.

É importante ressaltar que diminuir os sintomas físicos da ansiedade não ensinará a pessoa a lidar com suas dificuldades ou a desenvolver características sociáveis. Nestes casos, o auxílio de um psicólogo deve ser indicado.

Quais são os motivos para acreditar que um mundo feito por tímidos funciona melhor do que um povoado por extrovertidos?

Não podemos distinguir os seres humanos entre tímidos ou extrovertidos.

Primeiro porque as pessoas podem oscilar entre essas duas posições, apresentando-se tímidas em determinados ambiente e extrovertidas em outros. Um exemplo disso são aqueles que se mostram tímidos no trabalho e “se soltam” no ambiente familiar.

No geral, os tímidos “engolem muitos sapos” por não conseguirem se posicionar e expor desejos e sentimentos. Isso acaba gerando uma “indigestão emocional” e a pessoa “explode”, ou seja, acaba agindo de forma agressiva com alguém que seja próximo e de sua confiança ou com ela mesma.

O importante para se conquistar satisfação nas relações é desenvolver a assertividade. E ser assertivo significa respeitar o outro sem ter que se desrespeitar; desenvolver habilidades de resolução de problemas, sentir-se à vontade com os demais e consigo, acreditar e promover oportunidades, gostar de si e contribuir para o bem estar geral.  

As pessoas apresentam características de personalidade diferentes e assim, alguns são mais reflexivos, outros mais despojados e podemos dizer que o mundo funciona melhor com as diversidades e possibilidades de ser no mundo.

Existe tratamento para controlar a ansiedade e começar a se expor em tanto sofrimento?

Existem recursos que podem auxiliar o tímido a vencer os obstáculos e, conseqüentemente, diminuir sofrimento, aumentar habilidades sociais e generalizar para diversos contextos de sua vida, ficando mais satisfeito consigo. 

Dentre elas, o enfrentamento possibilita ótimos resultados: Faça uma lista de situações que se apresentam difíceis pela necessidade de exposição e depois enumere-as por grau de intensidade, ou seja, a mais fácil em primeiro lugar e a mais aversiva em último. Elabore um cronograma de ações e coloque em prática o enfrentamento da lista. Possivelmente a sensação de conquista pessoal ao vencer as primeiras, servirão de estímulo para enfrentar situações mais difíceis.

Outro instrumento que ajuda no desenvolvimento da assertividade é pela modelação do comportamento, através do princípio da aprendizagem pela observação. Observe pessoas que se comportam de forma assertiva, como é o contato ocular, nível de voz, postura, palavras utilizadas, aprenda a estrutura e desenvolva no dia-a-dia.

E quando a timidez gera grande sofrimento, é fundamental procurar auxílio psicológico para mudanças na estrutura cognitiva e fortalecimento emocional.

Dicas para um tímido ser feliz:

– encare a felicidade como processo e não como fim. Dessa forma, haverá mais satisfação em cada conquista.

– existem diversas formas de compreender uma situação. Crie a possibilidade de pensar de forma menos catastrófica e mais produtiva.

– diante de situações ameaçadoras, faça um exercício mental de considerar as diferentes formas de se comportar e suas conseqüências. É bem provável que descubra que na maioria das situações o medo constrói “monstros” que podem ser extintos.

– procure não definir a vida entre certo e errado, existem infinitas possibilidades entre ambos e além deles.

– pratique atividade física e cuide da alimentação, pois são poderosos recursos para lidar com tensões e aliviar o estresse.

 – desenvolva hábitos prazerosos, tanto individuais como coletivos: ler um bom livro, assistir filme, convívio comunitário, trabalho voluntário, grupos de bordados ou jogos, etc.

– se estiver em sofrimento intenso e prolongado, procure ajuda profissional. Ninguém tem que dar conta das dificuldades sozinho!

Longe de Casa PSI - Terapia Online

Por Graziella Ferrari e Lu Barreiros – Longe de Casa PSI

E se precisar de apoio ou orientação, conte conosco: Terapia Online

Longe de Casa PSI - Terapia Online
Por Graziella Ferrari e Lu Barreiros - Longe de Casa PSI

E se precisar de apoio ou orientação, conte conosco: Terapia Online