Como lidar com o luto morando longe do Brasil.

“Luto é um processo natural de resposta a um rompimento de vínculo, ou seja, quando perdemos alguém ou algo significativo em nossa vida.” (FIOCRUZ) Um vínculo é a relação de uma pessoa ou coisa com outra e durante a vida temos muitos rompimentos: separação, emprego, amizade e morte. Alguns desses rompimentos causam um sofrimento grande e às vezes não sabemos como lidar com ele.

Nesse texto falaremos sobre o luto pela morte de um ente querido e para tal, será necessário, pensarmos sobre o que é a morte. Para algumas pessoas a morte é o fim de tudo, o término do sofrimento, veem a vida como única e ela tem começo, meio e fim. Para outros a morte é uma passagem, uma transformação de uma vida para outra. Por termos consciência sobre nossa finitude nossas “escolhas são feitas dentro de uma perspectiva de temporalidade finita (Clóvis de Barros Filho)”. Nossa consciência da morte nos leva a termos dificuldade em escolher, decidir entre uma coisa ou outra, enfim, medo de errar, de arriscar, pois temos consciência da nossa finitude e isso pode nos causar angústia. Falar sobre a morte é falar sobre a vida.

Importante termos consciente nosso pensamento sobre a morte, pois isso norteará nossa existência e quanto mais consciência do que está nos beneficiando ou prejudicando nos dá mais possibilidade de mudar e ajuda a lidar com as situações da vida.

E como lidamos com o luto?

Segundo Elisabeth Kubler-Ross passamos por cinco fases do luto: Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação.

Negação: Nos defendemos do sofrimento negando, não acreditando que o ente querido se foi, período de dor intensa, tendemos ao isolamento e ficamos com falta de perspectiva.

Raiva: Sentimos raiva de quem nos informou, do fato que causou a morte, nos sentimos injustiçados, procuramos culpados, questionamos nossas crenças e não nos conformamos.

Barganha: Começamos a buscar alternativas para aliviar a dor que sentimos, fazemos acordos conosco mesmo, decidimos o que faremos diferente no futuro, propomos a nós mesmos mudanças no modo de agir, negociamos com o destino.

Depressão de luto: como a ausência da conexão física é dolorosa, fase de muito sofrimento emocional, nos isolamos, nos sentimos impotentes.

Aceitação: começamos a lidar melhor com a perda, de forma mais amorosa e compreensiva e retomamos nossos afazeres.

Muito importante é não lutar contra os sentimentos, reconheça-os e acolha seus medos e sofrimento. Não busque o fim do luto, mas que o sofrimento vire saudade. Resignifique sua própria história e a do ente querido. Busque pessoas que possam te acolher, te escutar e respeitar seu processo de sofrimento, ajudando assim a minimizá-lo.

O luto é uma experiência única e pessoal, reconheça seus limites e peça ajuda psicológica quando for necessário.

Para honrar o sofrimento e a morte do ente querido, viva da melhor maneira possível.

Longe de Casa PSI - Terapia Online
Por Graziella Ferrari e Lu Barreiros - Longe de Casa PSI

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